"Estoy lista...", Tamara Kamenszain





A poeta e ensaísta Tamara Kamenszain, descendente de judeus russos e romenos, nasceu em Buenos Aires, Argentina, em 1947. Publicou os livros de poemas: De este lado del Mediterráneo (1973), Los No (1977), La Casa Grande (1986), Vida de living (1991), Tango Bar (1998), El ghetto (2003), Solos y solas (2005), El eco de mi madre (2010), La novela de la poesía (2012) y El libro de los divanes (2015). Seus ensaios estão reunidos em  El texto silencioso (1983), La edad de la poesía (1996), Historias de amor y otros ensayos sobre poesia (2000), La boca del testimonio (2007) y Una intimidad inofensiva (2016). Recebeu o Premio Honorífico José Lezama Lima de la Casa de las Américas de Cuba, o Premio de la Crítica de la Feria del Libro de Buenos Aires, o Primer Premio de Poesía Latinoamericana Festival de la Lira, o Primer Premio Municipal de Ensayo, o Tercer Premio Nacional en el mismo género, bolsa da Fundación John Simon Guggenheim, ol Premio Konex de Platino y la Medalla de Honor Pablo Neruda del Gobierno de Chile. Seus livros fora traduzidos, total ou parcialmente, para o inglês, o francês, o português, o alemão e o italiano. Ministrou cursos, seminários, oficinas e conferências em universidades da Argentina, do México e dos Estados Unidos. Atuou como assessora de diversas editoras e como coordenadora de atividades actividades extracurriculares da Universidad de Buenos Aires. É assessora geral de  Licenciatura em Artes de la Escritura da Universidad Nacional de Arte (UNA).


Estoy lista. En aviso de regreso 
voy a liar los versos al paquete. 
Aflojo el metro, nudo de lo dicho
y envío su retorno como carta.
Hasta aquellos cincuentas marineros
una postal les llegue, una noticia
el hilo arrugado en la memoria
el ojo que enhebre esa miopía. Pues
no me leen, los muertos, mis
abuelos.

 * * * *

Estou pronta. No aviso de devolução
vou juntar os versos ao pacote.
Afrouxo o metro, desfaço o dito
e envio seu retorno como carta.
Até àqueles cinquenta marinheiros
que lhes chegue um postal, uma notícia
fio enfiado na memória
o olho que suporte essa miopia. Pois
não me leem, os mortos, meus
avós.

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